Fator de Impacto

Publicado por 1 de Março de 2023 em

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Definição 

Fator de impacto (FI) é um dos indicadores utilizados para estimar a importância relativa de um periódico científico indexado na Web de Science™. De modo simplificado, ele é a razão entre o número de citações recebidas por todos artigos de uma revista (numerador) e o número de atigos citáveis publicados no mesmo período naquela revista (denominador), considerando as publicações dos últimos dois anos [1]. 

Artigo citáveis são definidos como artigo originais (relatando estudos com diferentes desenhos) ou de revisão que representam o tamanho das contribuições acadêmicas de uma revista. Publicações como editoriais, cartas, e notícias estão excluídas do denominador, pois conceitualmente têm uma papel de comunicação diferente, sem necesssariamente refletirem um contribuição científica ou acadêmica [2]. 

Por exemplo, se o “Journal EME” publicou 100 artigos em 2020 e 2021 (denominador), e todos os demais periódicos da base Web de Science™ citaram estes artigos 50 vezes durante 2022 (numerador), o FI para o “Jornal EME” será 50/100 = 0,5. 

Assim, se o FI de uma revista for 5, então presume-se que, e média, cada artigo citável publicado recebeu cerca de cinco citações dentro dos dois primeiros anos após sua publicação. Quanto maior o fator de impacto da revista, melhor a posição desta revista no ranking Web of Science Journal Citation Reports® calculado e divulgado anualmente no mês de junho pela Clarivate Analytics™.  

 

Quais periódicos podem ter seu FI calculado? 

Somente os periódicos listados nas coleções da Web de Science™ são considerados pela Clarivate Analytic™ para cálculo do fator de impacto e, portanto, são os únicos que aparecem no ranking [1].  

A Web de Science™ começou com a missão de incluir apenas as melhores revistas, exigindo rigorosos critérios de qualidade, que compreendem avaliação da qualidade do conteúdo publicado por painéis especializados, agilidade do processo de publicação e citação por periódicos já incluídos na base Web de Science™. As revistas podem ser excluídas desta base quando deixam de cumprir os requisitos de qualidade e/ou adotam práticas editoriais inadequadas como, por exemplo, autocitação excessiva [3]. 

 

Vantagens do FI  

  • Apresenta dados quantitativos que sugerem quais revistas possuem mais ou menos prestígio acadêmico.  
  • Um FI alto confere ao periódico certa notoriedade e induz maior competitividade, submissão de melhores desenhos de estudo e um processo de revisão mais rigoroso. 
  • Pode orientar o leitor sobre os melhores periódicos durante a busca de conhecimento por um tema específico. 
  • Pode apoiar o pesquisador na escolha da revista para publicar o relato do seu estudo, uma vez que esta escolha pode se relacionar ao alcance do seu artigo e também impactar a pontuação do seu currículo quando avaliado [1,4,5]. 

 

Limitações e desvantagens do FI 

  • Não permite comparar revistas de diferentes áreas de conhecimento (por exemplo,  biologia moleculare prática clínica), visto que o fluxo de informações em cada uma delas pode ser exponencial.  
  • Sua fórmula simplificada de cálculo está sujeita a vieses como autocitação,  favorecimento de periódicos ou artigos de acesso livre, seletividade de publicação de forma que uma revista escolha apenas artigos com maior potencial de citações, entre outros [4]. 

 

Como saber o fator de impacto de uma revista 

Além de procurar na webpage do periódico, é possível confirmar o fator de impacto na lista anual da Web of Science Journal Citation Reports® disponibilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) no Portal Periódicos CAPES, e acessada por meio de login institucional na Comunidade Acadêmica Federada (CAFe, https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php/acesso-cafe.html).  

 

Outros indicadores 

O FI pode ser considerado o indicador mais utilizado e conhecido para a avaliação da importância de um periódico, mas não é o único. A seguir, uma lista de outros indicadores: 

  • CiteScore metrics (Elsevier’s Scopus™) – utiliza métricas livres, abrangentes, transparentes e atuais, calculadas usando dados do Scopus®, o maior banco de dados de resumo e citação de literatura revisada por pares (https://www.elsevier.com/solutions/scopus/how-scopus-works/metrics/citescore) [6]. 
  • Google Scholar™ (https://scholar.google.com.br/).  
  • MEDLINE – na área biomédica, ser indexado no MEDLINE pode ser mais importante para um revista do que ter um FI. Entretanto, a PubMed indexará apenas os periódicos que ele julga terem boa qualidade [7].  
  • SCImago Journal Rank (SJR) – baseado no conceito de transferência de prestígio entre periódicos através de seus links de citação (https://www.scimagojr.com/journalsearch.php) [8]. 
  • QUALIS Periódico – indicador nacional usado exclusivamente para classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. Os periódicos são classificados em categorias A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C pelos comitês de consultores de cada área de avaliação seguindo critérios previamente definidos (https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/) [9]. 

Autores: Ana Carolina Chieregatti dos Santos, Álvaro Batalha de Lima, Carolina Torres Soares, Denis Tahata Suzuki, Isabela Pavan Alves, José Eduardo Santello. Alunos de graduação da Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 

Supervisora: Rachel Riera. Professora adjunta, Disciplina de Medicina Baseada em Evidências, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

Citar como: Santos ACC, Lima AB, Soares CT, Suzuki DT, Alves IP, Santello JE, Riera R. Fator de impacto. Estudantes para Melhores Evidências. Cochrane. Disponível em: [adicionar link da página da web]. Acessado em [adicionar dia, mês e ano de acesso].    

 

Referências 

  1. Clarivate. Journal cition reports. Journal Impact Factor (JIF). Disponível em: https://clarivate.com/webofsciencegroup/wp-content/uploads/sites/2/2021/06/JIF-2021.pdf.  Acessado em 16 de janeiro de 2023. 
  2. McVeigh ME, Mann SJ. The journal impact factor denominator: defining citable (counted) items. JAMA. 2009;302(10):1107-9. doi: 10.1001/jama.2009.1301. Erratum in: JAMA. 2009;302(18):1972. PMID: 19738096. 
  3. Diekhoff T, Schlattmann P, Dewey M. Impact of article language in multilanguage medical journals – a bibliometric analysis of self-citations and impact factor. PLoS ONE. 2013; 8: e76816. 
  4. Smart P. Is the impact factor the only game in town? Ann R Coll Surg Engl. 2015;97(6):405-8. doi: 10.1308/rcsann.2015.0028. PMID: 26320762; PMCID: PMC5126251. 
  5. Clarivate. Using the Journal Impact Factor wisely. Disponível em: https://clarivate.com/webofsciencegroup/solutions/journal-citation-reports/.  Acessado em 16 de janeiro de 2023. 
  6. Elsevier. The CiteScore™ metrics advantage. Disponível em: https://www.elsevier.com/solutions/scopus/how-scopus-works/metrics/citescore. Acessado em 16 de janeiro de 2023. 
  7. National Library of Medicine. MEDLINE: overview. 2022. Disponível em: https://www.nlm.nih.gov/medline/medline_overview.html. Acessado em 16 de janeiro de 2023. 
  8. Scimago. Journal & Country Rank. Disponível em: https://www.elsevier.com/solutions/scopus/how-scopus-works/metrics/citescore. Acessado em 16 de janeiro de 2023. 
  9. CAPES. QUALIS Periódicos. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/. Acessado em 16 de janeiro de 2023. 

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