Fator H

Publicado por 27 de Junho de 2024 em

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Introdução 

No cenário acadêmico biomédico, o ditado “publicar ou perecer” é cada vez mais verdadeiro, e para docentes e pesquisadores, a publicação dos resultados de suas produções científicas tornou-se obrigatória e crítica para a progressão na carreira universitária, além de uma atividade altamente competitiva. 

Diante disso, foram criados mecanismos de avaliação de qualidade das produções acadêmico-científicas por meio do desenvolvimento de métricas bibliográficas [1,2], que definem a qualidade de um periódico, bem como a produção de um investigador [3]. 

Para avaliar a qualidade das revistas científicas, utiliza-se, internacionalmente, o Fator de Impacto. Para saber mais sobre Fator de Impacto, acesso a postagem do Estudantes para Melhores Evidências (EME), disponível em: https://eme.cochrane.org/fator-de-impacto/ [4]  

 

Fator H 

O Fator H (índice h ou h-index) foi proposto por Jorge E. Hirsch, em 2005, para avaliação de pesquisadores da área da Física, e passou a ser utilizado nas demais áreas do conhecimento e no meio científico para mensurar produtividade e impacto.  

O Fator H é considerado, portanto, um indicador de desempenho de pesquisadores e docentes [5]. Este indicador considera a produtividade de um pesquisador de forma quantitativa, (pelo número de suas publicações) e o impacto desta produtividade, pelo número de citações recebidas por estas publicações [5]. O cálculo do Fator H é definido a partir do número de artigos publicados por um autor que tenham sido citados pelo número igual ou superior ao número de artigos publicados por ele. Por exemplo, um Fator H = 10 significa que o autor possui, pelo menos, dez publicações e cada uma delas com, no mínimo, dez citações [5].  

O Fator H-5 é uma variação do Fator H, que considera a produção do pesquisador ao longo dos últimos cinco anos [5] e é importante para identificar os pesquisadores que ainda estão ativos.  

 

Limitações 

Algumas críticas sobre o Fator H têm sido levantadas nos últimos anos, entre elas:   

  • não considera a ordem dos autores, de modo que não há distinção de créditos entre o primeiro autor, último autor e os demais coautores; 
  • não qualifica os artigos que citam o artigo;  
  • privilegia pesquisadores mais antigos, isto é, índice H continua a aumentar, mesmo depois de ele ter parado de contribuir com novas produções científicas [6]. 
  • não captura a qualidade das publicações [7]. 
  • não captura outras fontes de disseminação do conhecimento do pesquisador. 

 

Apesar das limitações, o Fator H é uma métrica amplamente para avaliar o desempenho de autores individualmente e comparar pesquisadores e instituições [7]. 

 

 

Onde encontrar o Fator H 

O Fator H pode ser calculado gratuitamente pelo Google Scholar, Scopus [5], Web of Science e Research Gate [7]. No entanto, podem existir variações do seu valor dependendo da fonte utilizada para o cálculo, pois diferentes bancos de dados podem ter diferentes políticas de cobertura e indexação. Portanto, algumas bases de dados podem incluir mais ou menos periódicos, anais de conferências ou outras fontes de literatura acadêmica e consequentemente, pode afetar o número de citações incluídas no cálculo [7].  

 

Fator H na prática 

A métrica do Fator H é uma ferramenta para medir a produtividade e o impacto de um pesquisador; no entanto, não deve ser a única medida a ser considerada [8]. Instituições de ensino e pesquisa e a comunidade acadêmica devem valorizar ideias inovadoras e pesquisas que tenham impacto social [8].  

 

Conclusão 

Como qualquer ferramenta de avaliação, o fator H tem suas limitações, mas atualmente é a estratégia mais frequentemente utilizada por agências de fomento e instituições acadêmica. As críticas e limitações quanto ao seu cálculo, mostram uma lacuna importante para o desenvolvimento de novas abordagens para mensuração das contribuições de um pesquisador 

 

Autores: Alessandro de Sousa Nunes, Bruno José Martini Santo, Cíntia Leci Rodrigues, Eduardo de Holanda Carvalho e Raphael Brandão, alunos especiais do Programa de Pós-graduação de Saúde Baseada em Evidências, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

 

Citar como: Nunes AS, Santo BJM, Rodrigues CL, Carvalho EH, Brandão R. Fator H. Estudante para melhores evidências. Cochrane.  

  

  

Referências 

  1. Thomaz PG, Assad RS, Moreira LFP. Uso do Fator de Impacto e do índice H para avaliar pesquisadores e publicações. Arq Bras Cardiol.2011;96 (2)90-3. 
  2. González MFP, Gregorio-Chaviano O. A produção científica cubana no índice de citações de fontes emergentes: notas para sua inclusão na avaliação da ciência nacional. Encontro Bibli. 2023;28:e91879.  
  3. Grech V, Rizk DEE. Increasing importance of research metrics: Journal Impact Factor and h-index. Int Urogynecol J. 2018;29(5):619-20. doi: 10.1007/s00192-018-3604-8. Epub 2018 Mar 16. PMID: 29549395. 
  4. Santos ACC, Lima AB, Soares CT, Suzuki DT, Alves IP, Santello JE, Riera R. Fator de impacto. Estudantes para Melhores Evidências. Cochrane. Disponível em: https://eme.cochrane.org/fator-de-impacto/. Acessado em 2 de junho de 2024.  
  5. Hirsch JE. An index to quantify an individual’s scientific research output. PNAS. 2005;102(46):16569-72. Disponível em: https://www.pnas.org/doi/pdf/10.1073/pnas.0507655102. Acessado em 2 de junho de 2024. 
  6. Dunnick NR. The H Index in Perspective. Acad Radiol. 2017;24(2):117-8. doi: 10.1016/j.acra.2016.11.016. Epub 2017 Jan 6. PMID: 28089073. 
  7. Mondal H, Deepak KK, Gupta M, Kumar R. The h-Index: Understanding its predictors, significance, and criticism. J Family Med Prim Care 2023; 12 (11):2531-2537. doi: 10.4103/jfmpc.jfmpc_1613_23. Epub 2023 Nov 21. 
  8. De Cassai A, Mustaj S, Dost B, Munari M. Limitations of H-index as a measure of academic influence and the importance of innovation in research: Lessons for the anesthesiology community. Saudi J Anaesth. 2024;18(1):1-2. doi: 10.4103/sja.sja_662_23.  

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